Os filmes têm o poder de nos envolver em suas histórias e, muitas vezes, surpreendem ao nos fazer simpatizar com personagens que, teoricamente, deveriam ser os “vilões”. Através de técnicas de narrativa, trilha sonora e atuação, somos levados a entender as motivações desses personagens, muitas vezes nos colocando em seus lugares e até torcendo para que eles triunfem. Mas como exatamente os filmes nos manipulam a torcer pelo vilão?
Como os Filmes nos Manipulam: A Psicologia por Trás da Simpatia pelo Vilão
Os cineastas usam várias técnicas para manipular nossa percepção dos vilões. Uma das estratégias mais comuns é dar ao vilão uma história de fundo complexa e emocionalmente cativante. Quando conhecemos os desafios e traumas que o vilão enfrentou, é mais fácil entender por que ele age de maneira “fora da lei” ou moralmente questionável. Dessa forma, passamos a vê-lo como alguém injustiçado, uma vítima das circunstâncias que se tornou o “vilão” do próprio destino. Entendendo dessa forma podemos entender como os filmes nos manipulam.
Além disso, os vilões costumam ser retratados como carismáticos e persuasivos, características que nos fazem admirá-los. A trilha sonora, os ângulos de câmera e até a iluminação são usados para intensificar essa conexão. Muitas vezes, os próprios heróis da história têm falhas que tornam suas atitudes questionáveis, o que nos faz repensar se o vilão realmente merece ser derrotado. Essa é uma das grandes artimanhas par entender como os filmes nos manipulam a torcer pelo vilão e descreditar o herói.
5 Exemplos de Filmes que Fazem o Público Torcer pelo Vilão
Filmes como Coringa, Malévola e O Rei Leão são grandes exemplos dessa manipulação. Em Coringa, somos apresentados a um personagem profundamente marcado pela solidão e pela injustiça, o que leva o público a simpatizar com sua revolta. Em Malévola, conhecemos uma nova perspectiva da “vilã”, mostrando um lado mais humano e emocional. Já em O Rei Leão, muitos acabam se perguntando sobre as motivações de Scar e o contexto que o levou a agir contra Simba.
Outro exemplo de Como os Filmes nos Manipulam é o famoso filme 11 Homens e um Segredo (Ocean’s Eleven) é um filme lançado em 2001, dirigido por Steven Soderbergh e estrelado por um elenco de peso, incluindo George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, e Andy Garcia. Trata-se de um remake de um clássico de 1960 com o mesmo nome, que traz Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr. no elenco original. A trama é centrada em um plano ambicioso de roubo envolvendo três cassinos de Las Vegas, tudo isso orquestrado pelo charmoso Danny Ocean (interpretado por Clooney).
Na história, Danny Ocean, recém-saído da prisão, planeja o roubo perfeito ao lado de Rusty Ryan (Brad Pitt) e reúne um grupo especializado de criminosos, cada um com habilidades específicas que serão essenciais para a execução do plano. O alvo é Terry Benedict (Andy Garcia), um poderoso dono de cassinos e atual parceiro romântico de Tess (Julia Roberts), ex-esposa de Ocean. A narrativa mescla ação, humor e tensão, oferecendo ao espectador um enredo dinâmico e sofisticado, com reviravoltas que tornam o plano mais surpreendente a cada passo.
O filme foi um sucesso tanto de crítica quanto de público, e sua popularidade levou à criação de duas sequências diretas: 12 Homens e Outro Segredo e 13 Homens e um Novo Segredo, além de uma versão spin-off, Oito Mulheres e um Segredo, focada em uma equipe feminina de criminosas. A obra é um exemplo clássico de filmes de “heist” (assalto), com uma atmosfera glamourosa e uma estética cinematográfica elegante. Além disso, sua narrativa envolvente e elenco carismático garantem que 11 Homens e um Segredo continue sendo um favorito entre os fãs de filmes de ação e mistério.
Como os Filmes nos Manipulam: Empatia complexa pelo vilão
Em Drácula de Bram Stoker (1992), dirigido por Francis Ford Coppola e baseado no romance clássico de Bram Stoker, o personagem de Drácula é um exemplo notável de como o cinema pode criar uma empatia complexa pelo vilão. Diferente de versões anteriores, o filme retrata Drácula (interpretado por Gary Oldman) não apenas como uma figura monstruosa e ameaçadora, mas como um ser profundamente atormentado e vulnerável, cujas ações são motivadas por um amor trágico e uma perda irreparável. Esse enfoque mais humanizado permite ao público compreender as emoções do personagem e até torcer por ele em alguns momentos, mesmo sabendo de sua natureza destrutiva.
O filme constrói essa simpatia ao explorar a origem de Drácula: ele era um guerreiro nobre e piedoso, Vlad, o Empalador, que perdeu sua amada Elisabeta de forma trágica, levando-o a renegar sua fé e se transformar em um ser sombrio e imortal. Esse aspecto humano de Drácula — sua dor, sua saudade e sua busca por reencontrar o amor perdido — cria uma conexão emocional com o espectador. Essa construção desafia a visão moral simplista de que ele é apenas o “monstro” a ser destruído, e transforma sua vingança contra a vida em algo compreensível, quase justificável.
O filme também usa uma estética rica, música melancólica e closes emocionantes para ressaltar a dualidade do personagem. Drácula não é apenas um predador imortal; ele é também uma vítima de circunstâncias trágicas, um ser que não consegue escapar de sua própria dor e que deseja ser amado, especialmente ao encontrar Mina (Winona Ryder), que ele acredita ser a reencarnação de sua amada Elisabeta. Isso faz o público ver sua obsessão e violência como manifestações de seu desespero.
Assim, Drácula de Bram Stoker exemplifica Como os Filmes nos Manipulam e podem usar complexidade emocional, narrativa de fundo e estética para levar o público a simpatizar com o vilão, tornando Drácula mais que um monstro — ele é uma alma perdida, buscando resgatar um fragmento de sua humanidade em meio à escuridão. Essa abordagem nos faz questionar o limite entre bem e mal e explorar o poder da empatia por aqueles que, embora estejam no caminho da destruição, são igualmente vítimas do sofrimento.
Como os Filmes nos Manipulam: Conclusão
Entender como os filmes nos manipulam a torcer pelo vilão nos permite refletir sobre os efeitos da narrativa na nossa percepção de moralidade. Ao nos conectar emocionalmente com esses personagens, os filmes não apenas desafiam nossa visão sobre o bem e o mal, mas também nos convidam a ver o mundo com mais empatia e complexidade.